Esqueça o pensamento dos tradicionais “gurus” do século XIX e seus modelos de gestão. A sociedade, os profissionais e a forma de se fazer negócios mudaram drasticamente.
A tese acima é defendida pelo consultor César Sousa, CEO da Empreenda Consultoria e considerado um dos 200 Global Leaders of Tomorrow pela World Economic Forum - Suíça. Para o especialista, que lançou recentemente o livro “A Neo Empresa”, o cenário atual exige urgentemente que se abandone os princípios da Era Industrial, utilizado por muitas empresas até hoje.
César declara que entramos em uma nova fase em que novos valores e necessidades são mais desejadas pelos consumidores e profissionais. O Administradores.com conversou com o consultor que apontou algumas formas para se ter sucesso nos negócios e em nossa carreira nesse nova era do management. Confira!
Muitas características da NeoEmpresa são bem diferentes das empresas tradicionais. A NeoEmpresa é uma entidade Multicentrada, que gravita em torno de clientes, pessoas, acionistas, parceiros, investidores, comunidades e demais partes interessadas. Podemos pontuar alguns pontos dessas novas empresas:
- Constrói um “Mapa de Geração de Valor” decorrente do Significado percebido pelas entidades que fazem parte do seu modelo de negócios. Isso conduz a resultados surpreendentes que vão muito além do “mero” valor econômico.
- Luta pelo Progresso dos seus Clientes, em vez de apenas buscar o seu próprio progresso. Coloca o cliente no centro do seu organograma, ciente de que o seu sucesso depende do sucesso dos seus clientes, distribuidores e parceiros.
- Customiza a Gestão das Pessoas, em vez de apenas “Gerenciar Cargos”. Respeita a individualidade de cada um, oferecendo uma razão inspiradora para suas vidas
- Valoriza o Intangível e não apenas o Tangível. Diferencia-se dos concorrentes por não se limitar à gestão eficiente de capital, equipamentos, estoques, tecnologia e instalações.
Além de incorporar a Sustentabilidade ao seu Modelo de Negócios, colocar a Tecnologia a serviço do Ser Humano e estrutura-se de forma horizontal, direta e flexível.
Essas diferenças são decorrentes do mundo em reconfiguração em que vivemos. E pelos sintomas atuais que percebemos na maioria das empresas, com estratégias bem arquitetadas que mal conseguem sair do papel e não funcionam quando começam a ser implementadas. Então, nota-se que essas empresas podem possuir até sete elementos problemáticos.
- Clientes insatisfeitos com a baixa qualidade do atendimento na hora da verdade, quando usam produtos e serviços que deveriam solucionar suas necessidades;
- Pessoas infelizes por não conseguirem desenvolver seu potencial nas empresas e pela falta de significado do dia a dia do trabalho nas suas vidas;
- Parceiros e sócios desconfiados, negociando na base dos medos e receios;
- Acionistas apreensivos pelos riscos que não conseguem antever nem controlar;
- Comunidades que não aceitam mais, de forma passiva, o impacto das empresas no seu cotidiano;
- Empresas engessadas com modelos de governança que não se adaptam aos jovens talentos inquietos que fazem parte da chamada “Geração Y”;
- Empresas que insistem nos tradicionais planos de carreira, na surrada ideia da escada com vários degraus até o topo, enquanto as pessoas têm pressa, preferem subir mais rápido ou caem fora, movendo-se numa velocidade proporcional ao seu talento.
Sem nenhuma duvida. Os princípios de gestão tradicionais não mais respondem às novas necessidades das empresas nem das pessoas. Estamos formando lideres para uma realidade que já não existe mais. E estamos dirigindo nossas empresas com olho no espelho retrovisor. Ainda somos prisioneiros dos princípios da Era Industrial com ideias criadas no século XIX, publicadas no século XX. E olhe que já estamos na terceira década do Sec. XXI.
Uma serie de ideias mortas que precisamos sepultar. Exemplo; “espremendo fornecedor é que se aumenta o lucro da empresa”; ou “o segredo é a alma do negócio”, coisas assim. Lembro do tempo que muita gente acreditava que “lugar de mulher é na cozinha?” são coisas assim que temos de nos livrar, de ideias obsoletas que ainda povoam a cabeça de executivos nas empresas.
As empresas precisam incluir a sustentabilidade social e a ambiental nos seus modelos de negócios, em vez de apenas ficarem jogando pra plateia. Não é apenas plantando árvores, reciclando lixo ou um projeto social aqui ou outro ali que vamos resolver a questão da sustentabilidade. Aliás, falta a variável mais importante no famoso “triple bottom line” – econômico-financeira, social e ambiental. A verdade é que não se trata de um triângulo, mas no mínimo de um quadrilátero: falta a liderança. Acredito que as empresas que não desenvolverem líderes em todos os níveis, essas sim, estarão condenadas a extinção.
Posturas e atitudes completamente diferentes dos líderes tradicionais. Os NeoLíderes serão aqueles que constroem causas em vez de apenas oferecer empregos; formam outros lideres, em vez de seguidores; fazem mais do que o combinado, em vez de apenas bater metas; inspiram pelos valores, em vez de pela hierarquia ou pelo carisma; lideram 360 graus, em vez de apenas dentro das paredes da empresa.
Desenvolverem o que chamo de competências intangíveis. Chega de competências tangíveis, de tecnicismo, de ferramentas e de instrumentos, isso tudo é obrigação. Os profissionais competentes que conheço se destacam pelo intangível: confiança, comunicabilidade, capacidade de integração, relacionamento, networking, reputação, coerência, determinação, perseverança e muita disciplina. Além, obvio da inovação. Eles são inovadores, ousados, mas disciplinados. A Era do Management nos ajudou a chegar até este ponto. Agora precisamos dar o próximo passo: repensar e enriquecer alguns dos seus princípios, vislumbrando as características da empresa moderna do século XXI, a NeoEmpresa.
fonte: administradores.com.br
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